19 de setembro de 2025

Em gesto democrático, vereador católico cria lei que celebra tradições de matrizes africanas!

 

 

Na sessão ordinária do dia (16), a Câmara Municipal de Parauapebas aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei nº 131/2025, de autoria do vereador Alex Ohana (PDT), que institui o Dia Municipal das Tradições das Raízes Africanas e das Nações do Candomblé, a ser celebrado em 21 de março.


A data coincide com o Dia Nacional das Tradições das Raízes Africanas e das Nações do Candomblé (Lei Federal nº 14.519/2023) e com o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, reforçando o compromisso local com a luta contra a intolerância e a promoção da igualdade.


O que chama a atenção neste projeto é o fato de ter sido proposto por um vereador católico, praticante de sua fé, demonstrando que o papel do legislador vai além das convicções pessoais ou religiosas: ele deve legislar para todos os cidadãos, respeitando e valorizando a diversidade que compõe a sociedade. Alex Ohana destacou que a medida reconhece o legado cultural, espiritual e histórico dos povos africanos e afro-brasileiros, fundamentais para a identidade nacional e local.



Segundo o parlamentar, a criação da data fortalece políticas públicas de combate ao preconceito e estimula a promoção da igualdade racial, do respeito à diversidade e da liberdade religiosa — valores centrais do Estado Democrático de Direito. “As tradições de matriz africana, incluindo o Candomblé, constituem expressões legítimas de religiosidade e cultura, merecendo respeito, visibilidade e proteção contra toda forma de intolerância e racismo religioso”, afirmou.


A votação contou com a presença de representantes das religiões de matriz africana. Para a Regente Mãe Vanessa de Oxum, a aprovação representa um marco na cidade. “Esse é um ato histórico em Parauapebas, num momento difícil que estamos vivendo. É uma vitória para todos nós”, celebrou.


Com a sanção do prefeito Aurélio Goiano, o município se alinhará aos marcos nacionais e internacionais de valorização das culturas afro-brasileiras e de proteção às comunidades tradicionais, consolidando uma sociedade mais justa e plural.


 Este episódio mostra que, quando um vereador católico propõe e defende uma lei em benefício de uma comunidade religiosa diferente da sua, reafirma-se a essência da vida pública: legislar para todos, sem distinções, reconhecendo a pluralidade que fortalece a democracia

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