A Indicação nº 341/2025, apresentada pelo vereador Anderson
Moratório (PRD), propõe ao Executivo Municipal a realização de estudos
técnicos e a adoção de providências administrativas e jurídicas que viabilizem
a permanência de servidores públicos em idade de aposentadoria vinculados ao
Regime Geral de Previdência Social (RGPS), mas que demonstram interesse e plena
capacidade de seguir atuando na administração pública municipal.
A proposta foi encaminhada para
apreciação do Plenário, com a recomendação de que seja enviada ao gabinete do
prefeito Aurélio Ramos de Oliveira Neto, solicitando a criação de
alternativas legais e normativas para enfrentar uma crescente preocupação entre
os servidores veteranos.
Experiência e dedicação em risco
Segundo Moratório, a iniciativa visa impedir a exoneração automática
desses profissionais, os quais, ao longo de décadas, demonstraram dedicação,
competência e compromisso com o serviço público. “Temos servidores experientes,
muitos dos quais atuam em áreas sensíveis como a Educação, e que agora se veem
ameaçados por possíveis aposentadorias compulsórias, baseadas em interpretações
normativas recentes”, declarou o parlamentar.
As manifestações de servidores veteranos que chegaram à Câmara indicam
um clima de insegurança e incerteza quanto à continuidade no exercício
profissional. Moratório enfatiza que muitos desses profissionais atuaram sob
condições jurídicas historicamente aceitas e não questionadas pelo próprio
poder público. “Estamos tratando de cidadãos que contribuíram de forma
inestimável para o município e agora enfrentam o risco de desligamento abrupto,
sem a devida transição, o que contraria os princípios básicos da segurança
jurídica e da dignidade da pessoa humana”, destacou.
Impactos econômicos, sociais e
funcionais
A proposta alerta ainda para os impactos que uma eventual aposentadoria
compulsória em massa pode gerar, não apenas para os servidores e suas famílias,
mas para a própria máquina pública. Na educação, por exemplo, onde a estrutura
funcional depende fortemente da permanência de profissionais qualificados, os
efeitos podem ser devastadores, afetando inclusive a composição dos recursos do
FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).
Política de transição e
valorização
A indicação sugere que o Executivo elabore e envie à Câmara um Projeto
de Lei ou outro ato normativo que estabeleça critérios técnicos e jurídicos
para a manutenção dos vínculos ativos desses servidores, desde que comprovem
aptidão para o serviço. A medida busca alinhar-se aos princípios previstos no
artigo 21 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB),
como a proteção à confiança legítima, proporcionalidade e segurança jurídica.
“A construção de políticas públicas de valorização e transição funcional
é uma medida de justiça e racionalidade administrativa. É preciso reconhecer o
valor histórico e a contribuição desses servidores, ao invés de afastá-los
sumariamente”, concluiu Moratório.
Próximos passos
A proposta será formalmente encaminhada ao Executivo para análise e possível encaminhamento de
projetos legislativos que tratem do tema.
Com a apresentação da Indicação nº 341/2025, a Câmara Municipal abre espaço para um debate urgente e necessário sobre os direitos dos servidores públicos em idade de aposentadoria e os impactos de sua possível retirada forçada da ativa. Trata-se, acima de tudo, de uma pauta de respeito, dignidade e eficiência administrativa.
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