Olá bloguetes, boa tarde.
Hoje venho falar de um assunto que tem me deixando bastante preocupada. A convivência social escolar da minha filha Maria Luiza, que há dois anos está vivenciando a rotina escolar de escola pública.
Pois bem. Maria Luiza, se deu muitíssimo bem na escola, ela sentiu uma diferença imensa no que diz repeito a liberdade no ambiente escolar das escolas particulares onde já havia estudado. Mas o que quero pautar aqui é uma questão bastante relevante. Este ano ela mudou de escola, cursando o 6° ano do fundamental, antiga 5ª série. O que vem me preocupando é que tem poucas crianças da idade dela, e as coleguinhas da sala são adolescentes entre 13 e 15 anos.
O grande problema não é a idade das garotas. É a forma como essas adolescentes vivem e a vulnerabilidade social em que se encontram. Ontem minha filha disse que uma das meninas da sala dela estava desaparecida. Eu levei aquele susto. E fui logo interrogando-a, como era isso. Ela prontamente me contou. As coleguinhas disseram a ela que a garota estava envolvida com drogas. Nesse momento eu vi que a coisa era grave. Como se não bastasse, ela continua contando as tragédias juvenis. "Mamãe e tem uma outra menina que não está indo mais pra aula por que está grávida". Eu subitamente levantei a sobrancelha e pensei, preciso ir na escola urgente. Meu Deus, o que está acontecendo com essas jovens. Não tem famílias, pais, tios.
Mas logo a minha preocupação se voltou novamente para minha filha e o seu convívio social. Vivemos hoje em uma sociedade em que a interação com determinado grupo social muitas vezes pode ao invés de proporcionar produção do conhecimento, afetar as relações, de modo que a valorização do indivíduo seja violada. Complicadas relações se estabelecem diariamente na rotina escolar. A minha preocupação de mãe é que minha filha é uma criança de 11 anos, ela ainda brinca de boneca, enquanto suas coleguinhas de turma estão tendo uma vida sexual ativa, gerando outras crianças e usando entorpecentes.
O que fazer numa situação dessas. Há algo a se fazer? Muitas perguntas e a maioria sem respostas estão rondando a minha cabeça. Eu fui na escola conversar com os coordenadores. Algo precisa ser feito, não quero segregar minha filha a um grupo isolado mas também não quero que ela tenha esse convívio social. Afinal de que essas garotas irão falar? Qual o teor da conversa.
O que eu fiz foi conversar bastante com minha filha. Falar pra ela da infância perdida que essas garotas tiveram. Falar sobre isso com uma criança de 11 anos, acaba meio que tirando a inocência dela. Vejo que as palavras caem como algo que fere. Mas o que posso eu fazer? Nesses momentos eu me sinto muito desafiada como mãe. Sinto que preciso da ajuda de um sociólogo, psicólogo, algum profissional que me auxilie em não pregar e nem praticar o preconceito, mas também não inserir na minha filha a vida dura, o mundo árduo dessas garotas. Ela nem tem idade pra assimilar isso tudo.
Em uma época não muito distante, existia uma relação mais estável na qual a Escola possuía um status de valorização em termos de instituição formadora que conferia seriedade e respeito, sendo assim encarada pela família, que depositava grande confiança nos atos e nas orientações daquela que oferecia aos seus filhos a instrução necessária para prepará-los para um futuro enquanto profissionais e enquanto cidadãos. Hoje, porém, cabe apenas a família o papel principal, orientar, integrar e socializar, com uma responsabilidade contínua no que se refere ao oferecimento de cuidado e proteção.
A escola nada pode fazer a respeito. Mas é na escola que a criança está inserida em um meio social mais amplo; e, uma vez exposta a regras sociais, a criança vai adquirindo as habilidades necessárias para o convívio em sociedade. Com as crises em que vivem as famílias atuais; os desencontros entre pais e filhos; a falta de referências para práticas educativas; as ausências físicas e emocionais; o uso de tecnologias avançadas com pouca ou nenhuma supervisão (Internet, com suas facilidades e, ao mesmo tempo, com seus “perigos” virtuais); a superficialidade e rapidez com que se conduz os relacionamentos, são alguns dos motivos para essa crise atual. E é nesse contexto que nos perguntamos: Que tipo de geração nós estamos preparando?
São muitos questionamentos sem respostas. Me vejo sem ação. Alguém para trocar experiência? Please.
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