18 de julho de 2025

Sob o Céu de Coisas Simples

 

Cheguei sem pressa, como quem não sabe muito bem o que procura, mas sente que precisa parar. Aqui é tudo muito simples. As manhãs começavam com o canto distante de algum pássaro e o cheiro de brisa. O céu, sempre claro,  exageradamente azul.


As vezes converso com o silencio. As gramíneas altas balançavam com o vento, e eu as olhos como quem tenta lembrar alguma coisa antiga.


As delícias do campo são muitas. O mel fresco, ainda com cera. Escorrendo devagar, dourado, pesado. Havia algo de hipnótico naquela imagem. Fiquei ali um tempo, olhando aquilo escorrer como se fosse o próprio tempo: lento, bonito e impossível de segurar.


O campo tem esse poder. De fazer tudo parecer mais calmo e, ao mesmo tempo, mais triste. A luz está tão bonita, o calor era leve, e mesmo assim, dentro de mim, crescia uma saudade que eu não sabia explicar. Saudade de quem? De quando? Talvez de mim mesmo.

No fim da tarde, a luz vai embora devagar. O céu se despedia em tons suaves, e eu sentindo que todo esse silêncio fala sobre coisas que não voltam mais.

 

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