Cheguei sem pressa, como quem não sabe muito bem o
que procura, mas sente que precisa parar. Aqui é tudo muito simples. As manhãs
começavam com o canto distante de algum pássaro e o cheiro de brisa. O céu,
sempre claro, exageradamente azul.
As vezes converso com o silencio. As gramíneas
altas balançavam com o vento, e eu as olhos como quem tenta lembrar alguma
coisa antiga.
As delícias do campo são muitas. O mel fresco, ainda com cera. Escorrendo devagar, dourado, pesado. Havia algo de hipnótico naquela imagem. Fiquei ali um tempo, olhando aquilo escorrer como se fosse o próprio tempo: lento, bonito e impossível de segurar.
No fim da tarde, a luz vai embora devagar. O céu se
despedia em tons suaves, e eu sentindo que todo esse silêncio fala sobre coisas
que não voltam mais.
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