Agosto foi modesto. Não recordo de um agosto em tempo normal, geralmente é uma eternidade. Meu estado de saúde mental me deixou com inquietações mais uma vez. As vezes no silêncio de casa o que eu mais queria era subir uma colina pequena e passar um tempo em uma floresta de carvalhos. As vezes queria que as coisas fossem mais fáceis.
Aqui não temos inverno de verdade, ele só aparece no calendário das estações. É verão todo tempo. Me senti muito cansada devido ao calor extremo, mesmo assim, estava cercada por um mundo bem-intencionado, cheio de pequenas belezas e alegrias serenas. Meu filho contribuie muito para isso. Ele é como um refúgio, é um consolo suave e curativo. Houve lágrimas e também castelos no ar que ruíram, mas a vida, silenciosa, continua.
Tenho uma lembrança a compartilhar...Apareceram dois gafanhotos, estava na casa de uma pessoa e os vi pousado em uma planta. Os gafanhotos sempre me causaram estranheza. Eles me remetem às pragas do Egito, como se carregassem consigo uma memória coletiva de devastação. Mesmo tão pequenos, parecem anunciar desordem, um contraste perturbador diante da delicadeza das flores e da calma dos campos. Mas depois de uns dias me pus a pensar nos gafanhotos. Como um hiper foco. Só sei que preciso estudar mais sobre eles.

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