A
Câmara Municipal de Parauapebas (CMP) aprovou, na sessão ordinária desta
terça-feira (13), o Projeto de Lei nº 23/2025, de autoria do prefeito Aurélio
Goiano (Avante), que institui o Programa Escola Cívico-Militar na rede
municipal de ensino.
A proposição define a Escola Cívico-Militar como um
conjunto de ações voltadas para a melhoria da qualidade da educação ofertada
nos anos finais do ensino fundamental, por meio da implementação de um modelo
de gestão de excelência, que integra práticas pedagógico-administrativas e
atividades cívico-militares.
De
acordo com o projeto, considera-se a Escola Cívico-Militar a instituição
pública municipal de ensino já existente, que passou por processo de conversão
para atender ao programa, podendo este ser implantado em novas unidades de
ensino, a depender da necessidade.
Para implementação do programa, o município deverá
firmar convênio ou parceria com órgão ou instituição de segurança pública do
Estado, garantindo a cooperação necessária para o desenvolvimento de suas
atividades.
A
Secretaria Municipal de Educação (Semed) será responsável pela implantação,
coordenação, monitoramento e avaliação do programa, incluindo a seleção das
escolas participantes e a definição das diretrizes pedagógicas.
Segundo o Projeto
de Lei nº 23/2025, a Semed poderá contar com a cooperação da
Guarda Municipal de Parauapebas, que é vinculada a Secretaria Municipal de
Segurança e Defesa do Cidadão (Semsi) e com a Secretaria de Estado de Segurança
Pública e Defesa Social, conforme as definições e necessidades operacionais
estabelecidas em cada caso.
O
ingresso na Escola Cívico-Militar será facultativo, mediante matrícula dos pais
ou responsáveis que optarem por esse modelo de ensino, e as fardas serão
custeadas pela prefeitura.
Projeto
piloto
O Programa Escola Cívico-Militar já está sendo
implementado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Nelson Mandela, no
Bairro Tropical. As atividades tiveram início em fevereiro e agora, com a
aprovação do projeto, será regulamentada e oficializada.
Alunos da instituição acompanharam a votação
do Projeto de Lei nº 23/2025, acompanhados
da secretária municipal de Educação, Maura Paulino, e de seu adjunto, Ricardo
Rodrigues.
Tramitação e votação
O
Projeto de Lei nº 23/2025 foi analisado pelas comissões de Constituição,
Justiça e Redação (CCJR) e de Educação e Cultura (CEC). Ambas emitiram
pareceres favoráveis à aprovação da matéria.
Para
o presidente da CEC e relator do projeto, Alex Ohana (PDT), a proposição está em
conformidade com os princípios da gestão democrática. “Importa ressaltar que a
proposta não altera o currículo nacional, nem impõe modelo pedagógico uniforme,
mantendo a natureza civil da gestão escolar e a participação da comunidade
escolar no processo de implantação”, ressaltou em seu parecer.
O presidente da CCJR e relator da matéria, Sadisvan
pereira (PRD), afirmou que o projeto representa um avanço na política pública
educacional local, pois busca enfrentar questões como indisciplina, evasão
escolar e ambientes de risco nas unidades de ensino.
“O modelo proposto visa fortalecer a cidadania, o
civismo e o respeito mútuo, com apoio de profissionais da segurança pública de
forma integrada e respeitosa à função pedagógica da escola. Trata-se de uma
proposta que não apenas inova na gestão, mas que pode oferecer à comunidade
escolar um ambiente mais organizado, motivador e voltado à formação integral do
estudante”, enfatizou.
Seguindo a orientação das comissões, o Projeto de Lei nº 23/2025 foi aprovado
pela maioria dos vereadores, mas recebeu um voto contrário de Maquivalda Barros
(PDT) e Tito do MST (PT) se absteve.
“Eu
vou acompanhar a orientação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, pois
eles falam que essa discussão não foi feita com o Sintepp e eles não vêem uma
melhoria pedagógica nesse modelo cívico-militar. Por isso, digo não ao
projeto”, argumentou Maquivalda.
O
Projeto de Lei nº 23/2025 foi encaminhado para sanção do prefeito. O Poder
Executivo terá um prazo de 180 dias para regulamentar a lei, definindo os
critérios específicos para parcerias, matrículas, regras disciplinares e
procedimentos administrativos.
Texto: Nayara Cristina / Foto: Renato
Resende / AscomLeg 2025
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