Uma história puxa a outra, em um roteiro criado a partir de
relatos de moradores da região, com cantigas do folclore, além de canções
originais, mantendo falares e expressões locais que, quando combinados a
bonecos e adereços que retratam a cultura do Pará, criam uma sensação de pertencimento
a quem participa do espetáculo.
Tarde veio e a ave
gritou:
“Abre a Roda!”
E todo povo se
encantou
Abre a Roda
E rasga o céu, o
anambé
Sobre a floresta
tropical Cachoeira e igarapé
Nunca vi uma coisa
igual
Ô Abre a roda,
vou te contar
Tem toada e tanta
lenda pra girar!
Vem descendo a
corredeira
Grita Matinta Perera
No meu Pará
Sobre o enredo da peça:
Tião Quaiada tinha uma pequena venda onde o povo costumava
esperar a caminhonete que transportava quem seguia de Canaã para Parauapebas.
Quando chovia o córrego transbordava cobrindo o caminho e ficava um tanto de
gente que ia viajar olhando triste para a estrada interrompida. O dinheiro era
curto para muitos, por isso o povo não arredava pé e ficava esperando. Mas quem
não costuma esperar é a fome. Deu o horário, a barriga ronca. Tião tinha umas
vacas leiteiras, do leite fazia queijo e um tanto sobrava. Ouvindo a orquestra
da chuva e das barrigas roncando, Tião não tinha dúvida, ia dentro da venda e
preparava uma coalhada forte que servia com farinha para enganar a fome do
povo. Se um ou outro pudesse contribuir, eles pagavam com uma pequena quantia,
mas para a maioria Tião Quaiada, distribuía o alimento sem cobrar centavo.
Fazia de coração.
Assim começa o espetáculo. Depois de comer a coalhada do
Tião, os viajantes se reúnem para contar histórias com sotaque local: “Chuva
caiu com vontade e a estrada ficou só o melexé, ruim que só!” e “Égua! Comi
tanto que agora só penso em jiboiar, que nem sucuri depois de comer. Bom que
trouxe a minha rede.”
Da matriz indígena trazemos o mito da Cobra-grande,
surge em forma de um boneco de 4 metros que será utilizado nas sessões com acessibilidade
sensorial tátil para estudantes com deficiência visual. Dizem que no começo
dos tempos só havia o dia, a noite estava guardada no fundo das águas pela
Cobra-grande em um embrulho de folhas da planta embira. Em seguida, entra em
cena o Valente montado em seu cavalo alardeando sua coragem, quando encontra no
caminho uma assombração. Por fim um ocorrido com Matinta Perera, personagem
típica do folclore local, que não podia faltar.
Na agenda, 26 apresentações gratuitas, sendo 21
sessões para alunos da Rede Pública de Ensino, estudantes convidados pelas
secretarias de educação de cada município, três abertas ao público em geral e duas
apresentações acessíveis com momento sensorial tátil para estudantes com
deficiência visual.
Apresentações abertas
ao público Gratuitas* – Classificação: Livre
Parauapebas.
Dia 05/08 - Sábado,
às 19h
Dia 06/08 – Domingo,
às 16h
No Centro Cultural Parauapebas
*Sessões com retirada
de senhas 1h antes na bilheteria.
Marabá
Dia 12/08 - Sábado,
às 16h Na Casa da Cultura de Marabá.
*Sessões para
moradores da região com retirada de senhas 1h antes na bilheteria.
Ao todo, serão 11 dias de programação! A Circulação do
espetáculo começa por Eldorado do Carajás, nos dias 02 e 03 de agosto para
escolas municipais convidadas. Depois seguimos para Parauapebas com programação
no Teatro do Centro Cultural Parauapebas, dias 05 e 06 de agosto, atenderemos
ao público em geral.
Nos dias 08 e 09 Curionópolis nos recebe para espetáculos
nas escolas da rede municipal. E, finalizando a temporada em Marabá, teremos
apresentações para os estudantes das escolas públicas e o fechamento da
programação no sábado dia 12 de agosto, com sessão aberta ao público na Casa da
Cultura de Marabá.
No palco cinco atores cantam, tocam instrumentos e manipulam
bonecos. A curadoria é da escritora e produtora cultural Daniela Chindler,
que tem em sua trajetória diversas ações realizadas no Norte do país. “Para que
a história se desenrole usa-se o faz de conta. Quando a criança se transporta
para o papel de ouvinte, ele está compactuando com a ficção. Existe melhor
forma de viver experiências?” – diz Daniela.
O elenco é composto pelos atores paraenses Ayla Marques,
Isabella Raianny, Mateus Silva e do Rio de Janeiro a atriz Adassa Martins e o
ator Gabriel Sant’Anna.
Ayla Marques é cantora profissional paraense e musicista,
vencedora de festivais estaduais de música, toca violão, harmônica e violino.
Isabella Raianny e Mateus Silva são jovens atores marabaenses. Adassa Martins é
atriz com uma trajetória que reúne diversas peças de teatro e musicais, e
Gabriel Sant’Anna é um experiente contador de histórias que vem se apresentando
em todo Brasil.
A trilha sonora reúne músicas do cancioneiro popular e
canções originais compostas para o espetáculo que falam do igarapé, pio da
araponga, maniçoba, Boiúna e Matinta Perera. As canções originais foram
compostas pelo diretor da peça Guilherme Miranda.
E quem quiser entrar no clima do espetáculo, pode ouvir as
canções e se preparar para cantar junto com a playlist: Álbum do espetáculo
"Ô, Abre a Roda!" | Com intérprete de Libras
O espetáculo “Ô, abre a roda!” é viabilizado com recursos da
Lei Federal de Incentivo à Cultura, patrocinado pelo Instituto Cultural Vale e
tem apoio das prefeituras.
Davar é uma palavra de origem hebraica. No livro do Gênesis
está escrito: “No princípio era o verbo". A produção de alguma “coisa” é
feita ao se falar sobre sua existência.
A Davar é uma produtora de conteúdo que atua na área de
Educação e Cultura com ações de incentivo à leitura, ações educativas em
museus, centro culturais e sítios históricos, desenho de animação, espetáculos e
acessibilidade, como os projetos Estação Farol Carioca ações de acessibilidade
das exposições nas estações do metrô e trens do Rio de Janeiro e consultoria
educativa para atividades no Museu Nacional como “Mineralogia do Museu” e
“Luzia e Berthasaura em Madureira”.
Sobre a curadora do projeto
O projeto “Ô, abre a roda!” foi inscrito e selecionado no
edital da chamada Instituto Cultural Vale de 2021. A curadoria do projeto fica
a cargo da escritora e produtora cultural Daniela Chindler, que tem em sua trajetória
outras ações realizadas no Norte do país.
Daniela foi curadora da programação infantojuvenil da 1ª
Bienal do Livro Amazonas, no ano de 2012, é autora do livro “Causos de bichos e
de gentes - Histórias do Norte do Mato Grosso” e do espetáculo homônimo que
circulou pela cidade de SINOP e municípios vizinhos em 2018.
Foi curadora das ações educativas da exposição “Amazônia -
Ciclos da Modernidade", apresentada no CCBB RJ, em 2021 e pesquisou
histórias de imigrantes judeus que vieram para a região durante o Ciclo da
Borracha. Em 2023, pesquisou e redigiu “Histórias da minha terra”, um livro
infantojuvenil com causos recolhidos em Canaã dos Carajás.
Curadoria de Daniela Chindler |
Daniela Chindler é autora de livros infantis premiados como
“Bibliotecas do Mundo” (2012) que recebeu o prêmio Malba Tahan de Melhor livro
informativo do ano para crianças e jovens pela Fundação Nacional do Livro
Infantil e Juvenil. Trabalha há anos com projetos de patrimônio cultural,
identidade e memória.
Guilherme Miranda – Direção, direção musical e trilha sonora
original. Desde a conclusão de seu curso de ator em 1996, a música tem papel
fundamental em sua prática artística, atuando, cantando e tocando em vários
espetáculos musicados de relevância. Trabalha com direção artística e musical,
assim como composições originais em diversos espetáculos para o projeto Roda
gigante (até 2016), Roda de palhaço (no qual é também coordenador), na
Companhia Teatro Portátil (até 2018) e, em parceria com a Sapoti, nas obras de
Daniela Chindler. Também compôs a trilha original para os espetáculos Bibliotecas
do Mundo, Bibliotecas do Brasil, e trilha sonora das séries
educativas: Quando a Máquina Pensa, em 2021, e Histórias que Trazemos
na Mala para o Museu Judaico de São Paulo em 2022.
Ficha Técnica Roteiro: Daniela Chindler com colaboração de
Gil Cardoso Costa e Guilherme Miranda
Direção: Guilherme Miranda
Direção musical e músicas originais: Guilherme Miranda
Bonecos: Karlla de Luca e Alyne Rocha
Figurinos: Flavia Rocha
Costureira: Eliane Borges da Silva
Atores: Adassa Martins, Ayla Marques, Gabriel Sant’Anna,
Isabella Raianny e Matheus Silva.
Coordenação de Produção: Daniela Chindler e Flavia Rocha
Produção local: Estefânia Nunes DAVAR PROJETOS
Foto: Wellington Motta |
Agenda de apresentações:
Parauapebas
Cinco apresentações para escolas, duas apresentações abertas
ao público e uma apresentação acessível a pessoas com deficiência visual.
Apresentações serão realizadas no Teatro do Centro Cultural Parauapebas - Endereço:
Rua 01 Q. Especial, Complexo Alvorá
Dia 05/08 - Sábado Horário: 19h
Público: aberto para moradores da região com retirada de
senhas 1h antes na bilheteria.
Dia 06/08 - Domingo Horário: 16h
Público: aberto para moradores da região com retirada de
senhas 1h antes na bilheteria.
Curionópolis
Cinco apresentações para escolas da região
Dia 08/08 - Terça-feira
Escola Municipal Juscelino Kubitschek Endereço: Rua Tucupi
28 Horários: 10hs / 14h / 16h
Dia 09/08 - Quarta-feira Escola Municipal Santos Dumont
Endereço: Avenida Pará Qd 27 Lt 12 Horários: 9hs / 11h
Marabá
Cinco apresentações para escolas da região, uma apresentação
aberta ao público e uma apresentação acessível a pessoas com deficiência
visual.
Dia 10/08 - Quinta-feira
Escola Municipal Irmã Theodora Endereço: Av. Paraíso, 1.300
- Bairro Liberdade - Horários: 10hs / 14h / 16h
Dia 11/08 - Sexta-feira Escola Municipal Pedro Peres
Fontenelle Endereço: Rua Pedro Carneiro, S/N - Bairro Morada Nova Horários:
10hs / 14h
Dia 11/08 - Sexta-feira (Apresentação Acessível -
Sensorial/Tátil)
Centro de Apoio Pedagógico para o Deficiente Visual - CAP DV
Marabá Endereço: Tv. da Fonte - Bairro Amapá - Horários: 17h30
Dia 12/08 - Sábado Apresentação Casa da Cultura de Marabá - Endereço:
Folha 31, Quadra especial, Lote 01 - Nova Marabá - Horário: 16h
Público: aberto para moradores da região com retirada de
senhas 1h antes na bilheteria.
INGRESSOS
Todos os espetáculos têm entrada franca. Classificação:
Livre
Contatos: Coordenação Geral - Daniela Chindler - 21
98800-3401 Produção/Organização da agenda - Flavia Rocha - 24 99215-979
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