Eu sempre quis revelar a inquietude da minha alma. E foi através da escrita que eu sempre conseguir fazer isso.
Então esse blog tem uma grande importância em minha vida.
Na infância e adolescência fui uma pessoa meiga, delicada. Isso foi até uma parte da minha vida adulta. Tal delicadeza foi se perdendo com o passar dos anos. Mas, ela sempre esteve em meu consciente, mesmo que eu não a verbalizasse em palavras e não a revelasse em minhas atitudes.
Eu precisava mostrar essa delicadeza de alguma forma. O estereótipo que eu mesma me rotulei, me causou grandes perdas.
Você uma vez me disse que se apaixonou pela mulher que escreve esse blog. Que no cotidiano eu sou o oposto dela, (risos com lágrimas). Tudo isso me levou para uma reflexão bastante profunda. E eu me perguntei. "Serei eu uma farsa?". Ah! meu amor, você não imagina como a vida as vezes nos molda na dureza de um diamante.
Após refletir sobre o que me revelou, me dei conta que esse blog é um atalho para a delicadeza, meu exercício de suavidade na tentativa de materializar meus sentimentos reais. Eu escrevo na tentativa de ofuscar os meus barulhos cotidianos.
É preciso um olhar despido do que apenas nossos olhos veem e o que os ouvidos escutam para ver a essência de um ser. E eu sei, sou consciente que existe um abismo enorme entre "meus eus". E que eu não sou uma farsa. Eu tive que me vestir de armadura para sobreviver a muitas guerras.
Eu sou o melhor que consigo ser. Eu não sei por quanto tempo ainda terei que usar minhas armaduras, mas acredite, o que eu mais desejo é tirá-las. E eu lhe peço, me ajude, elas estão pesadas demais. Já não tenho mais o mesmo vigor de luta da minha juventude. Sinto- me cansada as vezes.
Conviver com minha própria ausência, é anular-me todos os dias.
Eu também não suporto mais essas incompatibilidades do meu eu.
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