Depois de alguns dias sem escrever, eis que me valho dessa
ferramenta para aliviar os dias tensos. Já é bem tarde, mas escrever a noite é
mais prazeroso pelo simples fato de não ter uma criança me tirando a atenção.
Como a maternidade é prioridade em minha vida, eu vou fazendo o que posso, pois
quando a gente se torna mãe, tem coisas que nos acompanha diariamente.
Um tempo para nós mesmo é coisa rara. Às vezes não me culpo
muito por não ter mais tempo exclusivo para mim. Afinal, tentar parecer ter 20
anos seria um desastre, há, há! Prefiro dar um passeio noturno pela casa e sair
catando coisas espalhadas pelo chão. Sempre que faço isso, eu digo para mim “Nossa
eu tenho um lar”. Acho isso fantástico, pois eu ainda tenho dias de luto comigo
mesma. Quando eu olho para trás e vejo as “casas” que já morei, eu sempre preparo uma xícara de chá.
Isso me faz refletir e capturar preciosas memórias.
Hoje olho a minha casa da alma e vejo nela alguém plantando
o amor. Nossa convivência numa casa cheia de brinquedos e barulho, as
vezes com choros, lutas e reclamações, uma casa cheia de vários abraços, beijos
e orações é que nos dá vida.
Construir uma casa requer além de tijolos coisas
pequenas como grãos de areia. Construir a nossa alma também requer coisas
simples e pequenas. Poder compartilhar o momento de escovar os dentes com os
filhos é vivência, são mais do que memórias, é eternizar em vidas o amor, a
dedicação.
Filosofando um pouco há quem disse que os olhos são a janela
da alma e o coração a porta do amor. Hoje mais do que nunca eu quero ter casa e
ser casa para a minha família. Construir um lar não é só físico, é ter consciência
que sofremos e temos alegrias. Tudo é vindouro e passageiro e muitas vezes é
preciso despir a alma.
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