Ainda não consigo compreender completamente o que me faz agir como uma louca desvairada e visceral nessa tentativa de aproximação. Vim a Belém para resolver uma pendência antiga sobre uma formação que tive. Foram 12 horas na estrada. Fiz boa viagem. O ônibus estava frio, parecia inverno europeu, (risos). O clima gelado me levou ao aconchego de uma casa.
Durante toda a
viagem, tive bons pensamentos que me remeteram a um futuro ilusório criado
apenas na minha mente.
Então o vi, um
senhor de 50 anos, sem barba e olhos muito gentis. Moravas em uma chácara de
conseguia avistar um pequeno lago.
Você me ofereceu
improvisar um jantar. Eu conseguia ver
toda a casa. Sua sala de estar era aquecida pelo calor do fogão a lenha que ocupava
uma parte da cozinha. Sabe aqueles
lugares que têm tanto caráter e fazem você se sentir aquecido e em casa.
O lugar que eu via era assim.
Nós conversamos sobre nossas vidas e sonhos e tudo mais, enquanto cozinhávamos com
pouca luz, já estava escuro lá fora. Você me contava sobre seu amor pela vida
simples e seus velhos planos. E eu desejei poder ouvir todas as histórias que você
tinha para contar. Eu podia ver em seus olhos que uma alma jovem estava vivendo
naquele corpo que tinha acabado de viver mais alguns anos do que eu.
Nós ainda
ouvimos nossas músicas favoritas.
Nesse momento
foi que eu me dei conta de como um estranho pode parecer tão familiar e que
vida estranha é essa.
Belém, 05 março 2022.
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