5 de março de 2022

Cartas de Sábado a Noite: Devaneios da Mente

 


Ainda não consigo compreender completamente o que me faz agir como uma louca desvairada e visceral nessa tentativa de aproximação. Vim a Belém para resolver uma pendência antiga sobre uma formação que tive. Foram 12 horas na estrada. Fiz boa viagem. O ônibus estava frio, parecia inverno europeu, (risos).  O clima gelado me levou ao aconchego de uma casa.


Durante toda a viagem, tive bons pensamentos que me remeteram a um futuro ilusório criado apenas na minha mente.


Então o vi, um senhor de 50 anos, sem barba e olhos muito gentis. Moravas em uma chácara de conseguia avistar um pequeno lago.


Você me ofereceu improvisar um jantar.  Eu conseguia ver toda a casa. Sua sala de estar era aquecida pelo calor do fogão a lenha que ocupava uma parte da cozinha.  Sabe aqueles lugares que têm tanto caráter e fazem você se sentir aquecido e em casa.


O lugar que eu via era assim.


Nós conversamos sobre nossas vidas e sonhos e tudo mais, enquanto cozinhávamos com pouca luz, já estava escuro lá fora. Você me contava sobre seu amor pela vida simples e seus velhos planos. E eu desejei poder ouvir todas as histórias que você tinha para contar. Eu podia ver em seus olhos que uma alma jovem estava vivendo naquele corpo que tinha acabado de viver mais alguns anos do que eu.


Nós ainda ouvimos nossas músicas favoritas.

Nesse momento foi que eu me dei conta de como um estranho pode parecer tão familiar e que vida estranha é essa.


Belém, 05 março 2022.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Topo